Fobia social prejudica desempenho profissional e emocional de jovens e adulto

Publicado no "Jornal do Estado" como extensão em jornal impresso orientado pela professora Patricia Marques


                                                       Texto: Elen de Souza

Pesquisa realizada pela USP revelou que 13% da população brasileira sofre com fobia Social e que apenas 1% sabe ou tem conhecimento sobre a doença
                                            
Freqüentar uma escola ou fazer parte de um empresa são fatos comuns em nossas vidas, porém para quem sofre com Fobia Social ou também conhecida como Transtorno de Ansiedade Social (TAS), estes fatos simples podem ser quase impossíveis ou fatores desencadeadores de uma crise. Está fobia, pouco conhecida, caracteriza-se pelo excesso de ansiedade que um individuo sofre na presença de outras pessoas.  O medo exagerado de conviver socialmente, pode erroneamente ser confundido com timidez e pré julgado por terceiros de forma negativa. Afeta tanto homens como mulheres, e os sintomas podem surgir na infância ou na adolescência.
Ansiedade intensa perante grupos de pessoas, tremores nas mãos, pés ou voz, suor excessivo, palpitações ou calafrios, são alguns sintomas apresentados por pessoas que sofrem deste transtorno, de acordo com a psicóloga Priscila Helena Vitta. Segundo ela “quem sofre com este transtorno teme em expor suas próprias opiniões e que estas possam não interessar aos outros, em ser visto como fraco, ser observado e avaliado pelos outros.”
Estes fatores são agravantes e afetam consideravelmente todas as áreas da vida de uma pessoa, de relacionamentos pessoais ao desempenho profissional. Segundo Priscila iniciar uma conversa pode causar medo e pânico,“fazer amizades, comer ou beber em público, ser apresentados a outras pessoas, são fatos que podem levar a pessoa a ter uma crise de ansiedade”, conclui a psicóloga. E geralmente estas pessoas buscam por trabalhos no período noturno, cuja interação social pode ser mínima.
O Jovem F.N.T, de 20 anos, após passar por muitas situações constrangedoras e perder diversos empregos, buscou ajuda psicológica em que foi diagnosticado a doença. Há dois meses deu inicio a sessões de terapia. Ele relata que trabalhava como motoboy e  saiu do emprego, pois a empresa cresceu e foi obrigado a conviver com mais pessoas, e essa interação o deixava desmotivado e fisicamente debilitado.  Segundo o jovem, a própria família o acusava de preguiçoso, e até mesmo faziam uso de palavras que o ofensivas. “Nunca tive namorada, sei lá, não me sentia interessante, e sempre me dava um “branco”, e eu não conseguia falar nada”, conclui ele.
Para Priscila a melhoria tem seus altos e baixos, e o sucesso do tratamento vai depender de muitos fatores, como o ambiente familiar, atividades de integração social, dentre outros. Pode ser feito com um Psiquiatra, em conjunto com Terapeuta Ocupacional e Psicólogo. Em alguns casos pode ser necessário uso de algum medicamento. O objetivo do  tratamento é diminuir o medo e a ansiedade para deixar o paciente apto para convier socialmente e alcançar o bem estar pessoal. O tratamento na infância é de suma importância, pois quanto antes for diagnosticado e tratado , melhores serão os resultados, evitando assim maiores transtornos durante a vida adulta.